Leda e o Cisne: Mito, Arte, Psicanálise


Leda e o Cisne

Esse é um Mito bem interessante, realmente,

pois que Leda, a mãe, trouxe à luz dois pares de gêmeos
- sendo que, aparentemente, 
Castor e Clitemnestra eram filhos do marido de Leda, o Rei Tíndaro,
enquanto Pollux e Helena eram filhos de Júpiter
(que transmutou-se num Cisne
 - para fugir dos olhos atentos de Juno, sua mulher -
e fazer amor e emprenhar Leda).



O tema de amor entre Leda e o Cisne
tem sido sempre motivação de inspiração pictórica
e para ser cantado em prosa e verso
bem como para a formulação de conceitos na psicanálise!

Com um abraço estrelado,
Janine Milward






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Mitologia - José Saramago


Ou deuses, noutros tempos, eram nossos
Porque entre nós amavam. Afrodite
Ao pastor se entregava sob os ramos
Que os ciúmes de Hefesto iludiam.

Da plumagem do cisne as mãos de Leda,
O seu peito mortal, o seu regaço,
A semente de Zeus, dóceis, colhiam.

Entre o céu e a terra, presidindo
Aos amores de humanos e divinos,
O sorriso de Apolo refulgia.

Quando castos os deuses se tornaram,
O grande Pã morreu, e órfãos dele,
Os homens não souberam e pecaram.
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O MITO E SUAS REPRESENTAÇÕES VÁRIAS



“LEDA E O CISNE”, de Leonardo Da Vinci, em cópia do século 16 - Leda é a esposa de Tíndaro, rei de Esparta, seduzida por Zeus transfigurado em um cisne, do qual gerou dois ovos, um com os gêmeos Castor e Pólux e outro com as gêmeas Helena e Clitemnestra. Conservada pela Galleria Borghese, em Roma, esta é uma cópia realizada por um discípulo direto de Leonardo Da Vinci (1452-1519), provavelmente Cesare da Sesto. A obra original do gênio, feita sobre painéis de madeira entre 1510 e 1515, foi vista pela última vez em 1691, num castelo francês, em mau estado de conservação. Além da desaparecida pintura com Leda em pé, cercada pela libidinosa figura do cisne, é provável, segundo os desenhos originais conservados, que Da Vinci tenha pintado também a mulher ajoelhada, obra da qual restaram apenas cópias de alta qualidade. - 

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Leda
(Segundo o Dicionário de Mitologia Grega e romana)

Tíndaro, quando oferecia certo dia um sacrifício aos deuses do Olimpo,
esqueceu-se de Afrodite. A deusa do amor, ofendida, resolveu vingar-se
com as suas próprias armas, primeiro sobre a esposa de Tíndaro e
depois sobre a sua descendência.

E, assim, quando um dia Leda se banhava no Eurotas, viu aproximar-se
um cisne que fugia de uma águia. A águia era Afrodite e o cisne era
Zeus que a deusa enviara junto de Leda e que, sob este disfarce, não
suscitara nenhuma desconfiança. Leda acolheu o cisne nos seus braços e
ele cobriu-a de carícias.

No decurso da noite que se seguiu, a rainha deitou-se com seu marido e
fizeram amor. As crianças que nasceram desta dupla gravidez
manifestaram-se sob uma aparência singular. Leda chocou dois ovos que
continham, cada um deles, dois ocupantes de sexos diferentes: um,
Pólux e Helena (filhos de Zeus), o outro, Castor e Clitemnestra
(filhos de Tíndaro).

Certos autores propõem uma outra repartição no interior dos ovos,
avançando que Castor e Pólux estavam reunidos no mesmo ovo. Qualquer
que seja a solução, os gêmeos receberam o nome de Dioscuros, derivado
de duas palavras gregas que significam: os filhos de Zeus. Afrodite,
fiei ao seu ressentimento, transformou-os, quer a um, quer a outro, em
seres perfeitamente enlouquecidos pela chama do amor.

Quanto a Helena e Cliternnestra, estas irão ser, por sua vez, as
principais vítimas da vingativa deusa, arrastando não só a sua família
mas também os seus próximos e o conjunto do mundo grego, para os
dramas mais sangrentos.

A aventura de Leda com o cisne é uma das histórias mais frequentemente
citadas desde a Antiguidade. Ela deu origem a muitas representações
figuradas: Leonardo da Vinci (conhecido pelas cópias, pois o original
perdeu-se), Le Corrège (Berlim), Tintoreto (Florença), Veronese
(Dijon), Largiliière (Madrid), Boucher (Estocolmo); estátuas de
Falconet (Louvre) e de Mailloi (1900).




"Leda and the Swan 1505-1510" por Cesare da Sesto - Web Gallery of Art:   Image  Info about artwork. Licenciado sob Domínio público, via Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leda_and_the_Swan_1505-1510.jpg#/media/File:Leda_and_the_Swan_1505-1510.jpg




Leda e o Cisne é uma pintura de Leonardo da Vinci representando Leda – rainha de Esparta – e Zeus, transfigurado em cisne. O estilo de Leonardo é muito bem comportado, parece ser o primeiro nu de suas obras. Mas em sua época essa pintura foi tratada por seus contemporâneos como um tema muito erótico.
Aqui se pode observar toda a sua técnica sobre perspectiva aérea. Em primeiro plano as linhas dos contornos são mais vivos e à medida que a imagem vai se afastando, ela perde a nitidez, devido à atmosfera.
A obra original foi destruída, porém, uma cópia feita por um dos discípulos de Leonardo se encontra na Galleria Borghese em Roma.





http://www.europeana.eu/portal/record/02030/MatrizNet_Objectos_ObjectosConsultar_aspx_IdReg_250121.html

Considerações sobre a influência da religião na arte

POR Domingos de Souza Nogueira Neto*

O estudo das religiões antigas tem sido fonte de permanente inspiração no mundo das artes. A música, a poesia, a pintura, a escultura, toda forma de arte tem a marca do pensamento religioso de determinada época e lugar. As religiões panteístas, cujo fundamento é o de que deuses se confundem com elementos da natureza, foram as primeiras crenças humanas registradas e ainda eram comuns entre populações indígenas de diversos continentes até o advento da modernidade. O politeísmo, crença em diversos deuses e deusas, sucedeu o panteísmo, ainda que carregado pela marca do pensamento religioso anterior. Thor foi o deus do trovão para os nórdicos. Xangô é o orixá do fogo, dos raios e das tempestades para o nosso candomblé. Apolo – também conhecido com Febo (brilhante) na mitologia grega – é considerado o deus da juventude e da luz, identificado primordialmente como uma divindade solar. Amaterasu (天照), também conhecida como Amaterasu-Oho-No- -Kami (天照大神), cujo nome significa “grande deusa augusta que ilumina o céu”, é a deusa do sol, a divindade japonesa que vela sobre os homens e os enche de benefícios. Nasceu do olho esquerdo de Izanagi (伊邪那岐) e domina o panteão xintoísta. Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que aniquila para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de “renovador” ou "transformador". As primeiras representações de Shiva surgiram no período neolítico (em torno de 4000 a.C.), na forma de Pashupati, o “senhor dos animais”.
Depois disso, com o advento do domínio do homem sobre a natureza, após as construções de uma hegemonia patriarcale de determinada ética filosófica que legitimasse as relações sociais estabelecidas e desse sentido à perplexidade da humanidade diante de impasses não resolvidos pela metafísica, foi imposta a crença em um só Deus, homem (e não se enganem com a ideia de que, para as religiões monoteístas, Deus seria etéreo e assexuado, porque a adoção da imagem masculina tem razões antropológicas e históricas bem-definidas). Assim, surgiram o cristianismo, o islamismo, a fé bahá'í, o espiritismo, o judaísmo e o zoroastrismo, por exemplo. Cada linha de pensamento religioso tem peculiaridades, riquíssimas, nas suas relações com as artes: os cânticos religiosos, os poemas em formatos próprios, as vestimentas, a arquitetura dos templos, a pintura, a escultura, a dramaturgia A mitologia grega foi a que mais – entre todas as construções do pensamento religioso – seduziu, intrigou e instigou o pensamento artístico. Provocou o surgimento de obras que se eternizaram e releituras de episódios que ainda produzem obras imortais em plena modernidade.
Existem razões para isso: os deuses e as deusas gregas, como nós, erram, pagam por seus erros, brigam, fazem intrigas, vivem paixões avassaladoras, ciúmes doentios, são sedutores e sensuais, vaidosos, grandiosos e egoístas, embriagam-se, fazem orgias, são frágeis e olímpicos. 
Zeus, senhor do monte Olimpo, onde moravam os deuses, é uma divindade de apetites sexuais enormes, sedutor implacável e que não distinguia mulheres, ninfas ou deusas quando queria dar vazão aos seus desejos 
Na mitologia grega, deuses, semideuses, heróis, ninfas, musas, centauros, titãs, faunos, monstros e nós, homens e mulheres, vivemos um romance, ardoroso, apaixonado, desregrado, em que tragédias e comédias se entremeiam naquele vai e vem tão apropriado para o universo artístico.
Zeus, senhor do monte Olimpo, onde moravam os deuses, é uma divindade de apetites sexuais enormes, sedutor implacável e que não distinguia mulheres, ninfas ou deusas quando queria dar vazão aos seus desejos. A passagem a que se refere o título deste texto remete à paixão de Zeus por Leda, rainha de Esparta e mulher recém-casada com Tíndaro. Certa vez, enquanto ela, seminua, repousava em um relvado nos arredores de Troia, foi vista pelo deus, que percorria o caminho. Zeus, temendo ser repelido ou apenas lançando mão de artifício de sedução, converteu-se em um cisne, magnífico, passando a tocá-la e acariciá-la com as plumas do pescoço, emitindo sinais de atração. Seduzida, Leda acolheu o cisne em seus braços, e eles fizeram amor. Meses depois, a princesa sentiu fortes dores e percebeu que, de seu ventre, haviam saído dois ovos: do primeiro, nasceram Castor e Helena; do segundo, Pólux e Clitemnestra. Porém, Hera, irmã e esposa de Zeus, com ciúmes, perseguiu e proibiu Leda de viver no reino. Assim, Zeus compensou Leda, convertendo-a em deusa e reservando-lhe um espaço no céu na forma de uma estrela da constelação de Cisne.
Essa circunstância, o engano de Leda, deu origem à expressão “ledo engano”, que se refere a tomar uma coisa pela outra. As imagens que representam a cena de amor entre Zeus e Leda têm hipnotizado artistas de todas as tendências e estão entre as mais belas obras de arte do mundo.

*Estudioso de psicanálise e crítico de arte e cultura





Salvador Dalí – Leda Atomica (1949)
O mito de Leda foi retratado por inúmeros artistas, entre eles Timóteo e Leonardo Da Vinci, mas a imagem marcante da Leda de Dalí, suspensa, apoiada em si mesma, se sobressai um pouco da tradição na arte clássica – ultrapassando o mito que Zeus teria se transformado em cisne para seduzir a esposa de Tíndaro. Dalí o transforma, pois o estado de levitação em que se encontra a mulher e o cisne no quadro, expressa força e sublimação.



Uma conversa sobre o amor

     Assim, Freud formaliza um novo Outro do amor, o que torna possível dizer que, a partir da psicanálise, um novo amor e um novo Outro são inventados. Entretanto, isso não quer dizer que a psicanálise tenha inaugurado um novo gozo. Miller propõe que tratemos de pensar no contrário desta afirmação, pois o gozo puro da fala é desnudado pela experiência analítica, que evidencia o encanto que o falar, o qual está para além da comunicação, desperta no sujeito. O analista é instrumento deste gozo, já que sua presença é necessária para que o analisante experiencie tal gozo. Além disso, a análise possibilita que o sujeito pense contra si mesmo, questionando e modificando suas hipóteses. Durante esse processo, o analisante pode se dar conta de alguns impasses, que, como Miller afirma, nos indica o real. É este sentido que permitiria que a psicanálise fosse encarada como, ao menos, uma nova enfermidade. 

     O amor de transferência é resposta à vertente da "perversão” do analista, que está no lugar de objeto a e promove uma clivagem subjetiva no sujeito. No amor, o objeto a se apresenta como dejeto, pois há um engano no amor que recobre o estatuto de desejo deste objeto e acaba por desempenhar uma "função de véu”. Esta função parece gerar efeitos naquilo que Miller, orientado por Freud, nos diz ser uma preocupação de todos: o ato da escolha de parceiros amorosos. 

     Freud se dedicou ao estudo da relação sexual na tentativa de desvendar seus impasses e dificuldades; é nesse sentido, que para Miller, Freud era lacaniano. O esforço de Freud para entender como se relacionam homens e mulheres, o levou a constatar que a escolha de objeto segue um modelo particular decorrente de um primeiro objeto, a mãe. O objeto escolhido se refere à mãe e outros objetos podem ser escolhidos segundo esta perspectiva; ou seja, os objetos são substituíveis. Isso rompe com a ideia de amor sublime, no qual o objeto de amor é terminantemente insubstituível. Os estudos de Freud sobre a vida amorosa – ou erótica – indicam que a noção de substituição está sempre implicada quando ele faz uso da palavra amor. 

     Para Freud, o deslocamento e a substituição da cena primária caracteriza a "condição de amor”, Liebesbedingnung, que corresponde a uma disposição que desencadeia de forma imediata o desejo sexual e promove a escolha por um objeto enquanto objeto de amor. O amor freudiano não tem nada de sublime, pois o objeto de amor é substituto de um objeto genuíno que está para sempre perdido – ou seja, interditado – e que marca o sujeito com a experiência imaginária do gozo inesquecível, conduzindo-o na busca pelos objetos que virão neste lugar. Freud parecia antecipar o que Lacan formalizou como metáfora paterna, já que o tema de substituição dos objetos corresponde ao efeito da função paterna enquanto metaforização do desejo da mãe e a sua consequente interdição. 

     Miller chama a nossa atenção para o fato de que a mãe interditada, que introduz o "não-todo” para o sujeito, corresponde a alguma coisa da própria natureza da pulsão que é avessa à satisfação plena e que gera como efeito a tendência universal à degradação da vida amorosa, tornando a impotência uma constante da cultura. Neste ponto, Miller destaca que existe uma homologia entre a barreira edípica do incesto – a mãe interditada – e a pulsão como barreira do gozo. 

     A clivagem entre duas dimensões da feminilidade introduzida por Freud, que corresponde aos valores de mãe e puta, antecipa a formulação lacaniana de que "A mulher não existe”, pois introduz a impossibilidade de formalizar um grupo único que caracterize as mulheres como um todo. Tal clivagem indica que existe uma mulher simbolizada no vínculo social, e outra não. Em termos de gozo, aquela que não é simbolizada no laço social escapa ao significante e representa o mais-de-gozar como não simbolizado e, por isso, exerce um poder de sedução que é reflexo da própria barreira que torna o gozo proibido. O enigma da feminilidade diz respeito ao secreto do proibido, que funciona, segundo Freud, como condição de amor. 

Mariana Galletti Ferretti Moritz 
Resenha publicada no boletim N° 4 das Jornadas 2011 da EBP – SP: O Polvo. 
FREUD, S. (1921). Psicologia das massas e análise do ego. Trad. sob a direção de Jaime Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1977. (Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v.XVIII).
Imagem: Leda e o cisne. Escultura de Bartolomeo Ammanati. Possivelmente cópia de pintura perdida de Michelangelo, feita ao estilo, ou mesmo a partir de desenhos preparatórios deste.
MILLER J.-A. "Uma conversa sobre o amor”. In: Opção Lacaniana online. Nova série. Ano I, julho de 2010, n. 2.www.opcaolacaniana.com.br 

 http://www.ebpsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=652:uma-conversa-sobre-o-amor&catid=26:resenhas&Itemid=57


O Lago dos Cisnes - Com Rudolf Nureyev e Margot Fonteyn. (COMPLETO)
  1. Piotr Ilitch Tchaikovsky
    Compositor
  2. Piotr Ilitch Tchaikovsky; foi um compositor romântico russo que compôs géneros como sinfonias, concertos, óperas, ballets, para música de câmara e obras para coro para liturgias da Igreja Ortodoxa Russa.Wikipédia
  3. Nascimento7 de maio de 1840, Votkinsk, Rússia
  4. Falecimento6 de novembro de 1893, São Petersburgo, Rússia
  5. NacionalidadeRusso



Minha Patinha Kiki não é um cisne..., mas é linda!